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Máquinas de Arte – Cotidiano/Arte: A Técnica
Frederico Morais – Itaú Cultural, São Paulo, agosto/outubro, 1999
(...) “Desde que retornou, em 1963, da Europa, onde permanecera dois anos cumprindo o prêmio de viagem recebido no Salão Nacional, Mauricio Salgueiro vem se dedicando, exclusivamente, à arte tecnológica. Em 1964 deu início à série de “esculturas luminosas”, nas quais, pela primeira vez, no mundo, a luz fluorescente entra como matéria-prima da criação plástica. Com essas esculturas, em que a cor-luz determina a dinâmica espacial, participou, no ano seguinte, da VIII Bienal de São Paulo e da IV Bienal de Paris, obras comentadas e destacadas por Pierre Restany e George Orley, nos números de novembro do mesmo ano das revistas Domus, de Milão, e Studio International, dos Estados
Unidos. Um lembrete: Dan Flavin, equivocadamente apontado como pioneiro nesse campo, só exporia suas primeiras obras com lâmpadas fluorescentes em 1966. Explorando as possibilidades estéticas da luz, do som e do movimento em estruturas mecânicas, Salgueiro vem construindo o que poderíamos chamar de uma poética da máquina. Com suas esculturas pulsantes (A Poça, 1986) e ruidosas (Ordinário Marche, 1994) ele metaforiza o que a máquina tem de orgânico, concretizando, em obras consistentes, aquilo que na modernolatria futurista era apenas retórica literária, mais desejo que realidade” (...)
Frederico Morais